Ano do Jubileu
Certas datas são tão especiais que não podem passar em branco. Algumas demarcam períodos e representam ciclos que nos oferecem uma boa oportunidade para fazermos um balanço, refletirmos, e até mesmo, recomeçarmos.
Verso áureo: “E santificareis o ano qüinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e tornareis, cada um à sua família” (Lv 25:10).
Explicando. Para falarmos de Ano do Jubileu, obrigatoriamente, temos que falar de Ano Sabático – Todo sétimo ano, segundo a Lei, os campos e vinhas não eram cultivados, e se produzissem, a colheita era distribuída aos pobres, estrangeiros e animais da terra; os israelitas, entre si, liquidavam suas dívidas. Depois de sete vezes sete anos sabáticos (49 anos) havia um ano do jubileu, durante o qual todas as terras vendidas ou confiscadas eram devolvidas a seus primitivos proprietários e todos os escravos eram libertados (Lv 25:13,14; 25:39-54; 27:16-24), por esse motivo era também chamado de ‘Ano da Liberdade ‘ (Ez 46:18).
Complicando. O ano qüinquagésimo é um tipo (símbolo) da graça; indulgências eram conferidas indistintamente, não por méritos, mas por puro favor. A graça nos concede perdão imerecido e restitui nosso direito (Sl 33:1) e comunhão com Deus.
O jubileu era um período temporal para figurar a herança eternal.
Celebrando. O ‘ano da liberdade’ era anunciado ao som de trombeta e havia santa convocação, o entusiasmo tomava a todos que se faziam indulgentes uns aos outros; desavenças eram esquecidas, bens restituídos, dívidas perdoadas, alforrias concedidas. Conta-se que por ocasião da solenidade, Alexandre Magno e Júlio César isentara os impostos dos judeus. Era o espírito jubilino contagiando a todos.
Celebravam a Graça estando ainda debaixo da Lei.
Recomeçando. Um ciclo se fechava e outro se iniciava no dia da expiaçãotambém chamado ‘dia do perdão’. O que ficava para trás era esquecido, tipo do esquecimento de Deus com relação aos nossos pecados (Jr 31:34; Mq 7:18). Deixavam as coisas velhas para viveram coisas novas e da novidade do campo comiam (Lv 25:6,7,12).
Aniversariando. A CCB comemorará o seu segundo jubileu, ou seja, seu centenário, em 2010. Se a aniversariante é santa a festa é santa. Se aqueles que viviam na época da lei celebravam a graça, quanto mais nós que estamos na dispensação.
Eles festejavam fora de tempo, nós vivemos o tempo.
Parabenisando. “À Senhora eleita, e a seus filhos, aos quais amo na verdade, e não somene eu, mas todos os que teem conhecido a verdade” (2Jo 1). A todas as famílias e pessoas que escreveram esta história. A ti, Congregação Cristã no Brasil:
“Parabéns pra você neste ano querido…”
Contrariando. Se a festa é santa – “Porque jubileu é, santo será para vós” (Lv 25:12) – por que alguns não estão jubilosos? Por que andam dizendo que estas coisas são carnais? Por que retardaram o lançamento do novo hinário? Eu celebrarei pois sinto júbilo, “Pelo que todos os que somos perfeitos (salvos) sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa doutra maneira, também Deus vo-lo revelará” (Fp 13:15).
Comparando. O panorama no primeiro jubileu em 1960 era bem diferente do atual. A década de 50 foram os anos dourados também para a CCB que vivia seu apogeu, era o maior grupo evangélico do Brasil e recentemente havia inaugurado sua suntuosa sede no Brás. Houve quem dissesse – “Deus não quer grandes templos na sua Obra; sim grandes homens que preguem sua palavra”.
Este ciclo que se finda nos trouxe os grandes templos; Este que se iniciará, que nos traga os grandes pregadores.
Perdoando. Eu preciso recomeçar para provar do novo, por isso serei indulgente com meus irmãos, pela graça recebida dou o meu perdão para que possa prosseguir em paz. Não mais me importarei com as denúncias que ouvi, com os dossiês que li, e as coletas que não vi, “mas uma coisa faço, e é que, esquecendo as coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:13,14).
Sonhando. E vós que estás na frente do povo? Vós que ensinastes ser a CCB a Graça de Deus, agireis com graça? Apregoareis liberdade a todas ovelhas que defraudastes? Restituireis o direito destes? Devolvereis a liberdade para que possam ‘comer da novidade do campo’?
Exercestes o juízo (“e àqueles a quem retiverdes os pecados lhes são retidos” Jo 20:23b), agora exercei a graça (“Àqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados” Jo 20:23a).
Acordando. A CCB não é a Graça de Deus, mas agraciada por Deus. Não deixaremos de amá-la, deixaremos de idealizá-la. Não queremos uma igreja salvadora, mas que espelhe o Salvador. Esta coroa só pertence ao Senhor Jesus, o peso dela é muito grande para carregarmos, lançamo-la diante do trono aos pés daquele que nele se assenta dizendo: “Digno és, Senhor” (Ap 4:10).
Se clemencia a todos os irmãos sem liberdade é uma ilusão; Dizer que a CCB é a graça de Deus é um delírio.
Desejando. Para que o Jubileu se torne verdadeiramente um ‘Ano de Graça’, que cada crente seja um promotor do reino de Deus demonstrando o quanto de graça possui e libere o seu perdão, é isto, que significa ‘daí de graça o que de graça recebeste’.
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